Investir em imóveis e em ativos financeiros ligados ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI) são duas das opções de investimento mais conhecidas pelos investidores brasileiros. Cada uma tem suas próprias características e detalhes específicos, como diferentes rentabilidades e riscos. Por isso, na hora de tomar uma decisão, os investidores devem levar em conta não só o que cada opção oferece, mas também as suas necessidades e metas financeiras pessoais, para fazer escolhas mais acertadas e alinhadas com suas expectativas e realidade.

Quando investir em imóveis?

A rentabilidade imobiliária é uma métrica crucial para os investidores interessados em adquirir ou investir em imóveis. Essa rentabilidade representa o retorno financeiro obtido com o investimento em um imóvel, seja através de aluguel ou valorização do bem. Dessa forma, entender os fatores que influenciam a rentabilidade de imóveis é essencial para maximizar retornos e tomar decisões de investimentos mais assertivas.

Um dos principais fatores que influenciam a rentabilidade de um imóvel é a sua localização. Imóveis situados em áreas mais valorizadas e com demanda crescente oferecem maior rentabilidade, enquanto aqueles em áreas menos desenvolvidas ou com excesso de oferta podem render menos. Assim, uma boa análise de localização é fundamental para determinar o potencial de valorização e retorno do aluguel. Entre as características a serem avaliadas estão a infraestrutura, comércio local, acesso ao transporte público, proximidade a escolas e hospitais, e a segurança da região.

Outro fator determinante é a demanda e oferta do mercado imobiliário. Quando há uma grande quantidade de imóveis disponíveis, mas pouca procura, os preços de aluguel e venda tendem a diminuir, afetando a rentabilidade. Por outro lado, em mercados com poucos imóveis disponíveis e alta demanda, é possível cobrar valores mais altos de aluguel e obter maior rentabilidade. É importante, portanto, analisar a dinâmica de oferta e demanda no mercado antes de investir.

O tipo de imóvel também é um fator de influência. Por exemplo, imóveis comerciais normalmente possuem uma rentabilidade maior em termos de aluguel, especialmente se estiverem bem localizados e forem adequados às necessidades dos inquilinos. No entanto, a valorização pode ser menor e a vacância (período em que o imóvel fica desocupado) pode ser mais alta do que em imóveis residenciais.

Investir em imóveis apresenta pontos positivos e negativos. Entre as vantagens estão a possibilidade de gerar renda passiva, a valorização do patrimônio, a sensação de segurança e a proteção contra a inflação. No entanto, há também desvantagens, como os custos de manutenção, impostos, possíveis períodos de vacância, dificuldade na venda em momentos de baixa demanda e a necessidade de um investimento inicial maior, em comparação com investimentos em renda fixa ou variável.

Entendendo o CDI

O Certificado de Depósito Interbancário (CDI) é uma taxa de juros que atua como referência para diversos investimentos de renda fixa no Brasil. Essa taxa é calculada diariamente e possui grande importância no mercado financeiro, já que muitos produtos, como o Certificado de Depósito Bancário (CDB), as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), têm seus rendimentos indexados ao CDI.

O CDI é uma taxa média dos empréstimos realizados entre os bancos no mercado interbancário para fecharem suas posições diárias ou para captarem recursos. Esses empréstimos são de curtíssimo prazo, geralmente com duração de um dia. A taxa do CDI costuma se aproximar da taxa Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, pois, quando um banco possui excesso de caixa e empresta para outra instituição, espera ter um retorno próximo à taxa básica de juros.

A evolução histórica da taxa de juros do CDI nos últimos anos mostra que ela tem acompanhado as tendências da economia e da política monetária do país. Dessa forma, em períodos de maior inflação e instabilidade econômica, o CDI tende a ser mais elevado, recompensando os investidores pela alta dos preços. Em contrapartida, em momentos de baixa inflação e estabilidade, o CDI tende a ser menor. Recentemente, o Brasil tem vivenciado um cenário de taxas de juros historicamente baixas, o que tem influenciado o retorno dos investimentos atrelados ao CDI.

Investir em produtos financeiros vinculados ao CDI pode oferecer vantagens, como a liquidez diária, que permite ao investidor ter acesso ao capital investido a qualquer momento, e a proteção contra a inflação, já que a taxa do CDI tende a superar a inflação, preservando o poder de compra do investidor. Além disso, os produtos atrelados ao CDI são considerados investimentos de menor risco, uma vez que são menos voláteis e menos afetados por variações no mercado comparados a outros investimentos, como ações e fundos imobiliários. Entre os riscos envolvidos, está o risco de crédito dos emissores dos produtos financeiros, como possíveis riscos de default (calote) de um banco emissor de um CDB, por exemplo.

É importante salientar que o retorno dos investimentos atrelados ao CDI pode variar de acordo com o emissor e as condições do título. Por exemplo, um CDB pode oferecer um rendimento de 100% do CDI, enquanto outro pode oferecer 120% do CDI. Assim, ao escolher um investimento vinculado ao CDI, é fundamental pesquisar e comparar as opções disponíveis no mercado, buscando aquelas que melhor se adequam aos objetivos e ao perfil de risco do investidor.

Comparação entre rentabilidade de imóveis e CDI

Ao analisar a rentabilidade de imóveis e do CDI, é possível perceber que ambos apresentam características, riscos e vantagens distintas, tornando difícil apontar qual é o melhor investimento de forma generalizada. Para uma comparação mais precisa, é fundamental considerar o perfil de cada investidor, as perspectivas de retorno e os objetivos específicos.

No caso de investimentos imobiliários, uma das principais vantagens é a possibilidade de gerar renda passiva contínua por meio de aluguéis, além da valorização do patrimônio ao longo do tempo. No entanto, essa opção de investimento também envolve riscos relacionados à vacância, baixa liquidez e possíveis desvalorizações, além de custos com impostos e manutenção.

Por outro lado, os investimentos atrelados ao CDI oferecem maior liquidez e menor risco, sendo uma opção interessante para investidores mais conservadores. No entanto, as taxas de juros atualmente baixas reduzem o potencial de retorno desses produtos em comparação a momentos de taxas mais elevadas. Além disso, a busca por retornos maiores pode levar a uma exposição maior ao risco de crédito dos emissores desses títulos.

Diante dessa análise comparativa, fica evidente que a escolha entre investir em imóveis ou em produtos vinculados ao CDI não é uma resposta única e padronizada para todos os investidores. Os melhores investimentos são aqueles que estão alinhados ao perfil e objetivos de cada indivíduo, considerando as perspectivas de retorno, horizonte de investimento e tolerância a riscos.

Nesse contexto, a diversificação de investimentos surge como uma estratégia inteligente para balancear riscos e potencializar oportunidades de ganhos. Ao dividir o capital entre diferentes tipos de investimento, é possível reduzir a exposição a riscos específicos de cada opção e aproveitar oportunidades em diferentes cenários econômicos.

Escrito por Allan Paladino

Allan Paladino é Co-Fundador e CEO da Lastro.

Antes de fundar a Lastro, Allan trabalhou por 5 anos na divisão de renda fixa e derivativos do banco Credit Suisse e foi diretor financeiro da Gowork, maior empresa brasileira no setor de escritórios compartilhados.

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